segunda-feira, 14 de março de 2011

Artigo sobre Educação Física (Port)


Métodos de avaliação da prestação anaeróbia

A prestação em diversas competições de Atletismo só é conseguida através de uma grande contribuição do metabolismo glicolítico de modo a se poder recorrer a uma fonte energética de grande potência. Deste modo, a capacidade de rendimento dos atletas não está apenas dependente de reservas energéticas e mecanismos de compensação metabólica, mas também da capacidade do atleta em produzir e tolerar grandes concentrações de lactato (24). Para tal, a utilização de testes de avaliação do rendimento anaeróbio tem sido uma preocupação de vários investigadores na procura de parâmetros avaliadores deste tipo de esforço. No entanto a potência anaeróbia máxima, a atividade enzimática e a percentagem de fibras rápidas são diferentes entre atletas de diferentes disciplinas, bem como os valores máximos de lactato obtidos num esforço máximo, traduzindo uma relação direta entre a utilização do glicogênio e a quantidade de fibras rápidas existentes no músculo.
A impulsão vertical, força, resistência muscular e lactato sanguíneo são indicadores frequentemente utilizados para avaliar a prestação anaeróbia apresentando uma correlação muito elevada com o valor percentual em fibras rápidas. Este fato é bem evidente quando, por exemplo, comparamos a porção de fibras rápidas entre corredores de meio fundo (47.8%) e atletas de fundo (34.6%).
Deste modo, várias técnicas distintas têm sido utilizadas para quantificar os níveis da prestação anaeróbia, incluindo medições de metabólitos da atividade muscular, débito de oxigênio e o défice máximo de oxigênio acumulado. Na avaliação anaeróbia podem assim ser utilizados métodos invasivos e não invasivos. As medições invasivas permitem-nos obter informações acerca do trabalho anaeróbio, nomeadamente através de mensurações dos níveis de ATP, PCr e lactato, enquanto outros métodos indiretos nos dão valores estimados habitualmente com menor  fiabilidade.
No entanto, quando procuramos aplicar e agrupar diferentes testes para avaliar a capacidade de rendimento anaeróbio, surgem-nos diversos problemas terminológicos que, por vez, chegam mesmo a gerar discordâncias entre diferentes autores na aceitação de diversos métodos de avaliação. Alguns autores diferenciam os métodos de avaliação por intermédio de testes muitos curtos e curtos, tendo os primeiros uma duração de máxima de 10” e os segundos uma duração de 20 a 60”. A prestação anaeróbia também pode ser definida em termos de potência anaeróbia, para esforços até 10”, capacidade anaeróbia intermédia (entre 10 e 30”) e capacidade anaeróbia de longa duração (de 30 a 90”).
Outros autores definem a realização de testes de avaliação da prestação anaeróbia em testes anaeróbios de curta, média e longa duração, com duração de esforço respectivamente de 1 a 10”, de 20 a 50”, e a de longa duração entre 60 e 120”. Neste contexto e tendo em conta esta controvérsia, optamos por caracterizar os testes anaeróbios da seguinte forma:
1.    Testes para avaliar a potência anaeróbia aláctica – Esforços de duração até 10” de esforço máximo.
2.    Testes para avaliar a potência anaeróbia láctica – Esforço de duração entre 20 a 50” de esforço máximo.
3.    Testes para avaliar a capacidade anaeróbia láctica – Esforços de duração entre 60 e 120” de esforço máximo.


- Testes de corrida
Para avaliar a capacidade de corrida em diversas modalidades, foram desenvolvidos diversos protocolos específicos para determinadas modalidades. Podem ser realizados vários testes distintos avaliando diminuições de rendimento em diferentes fases de uma corrida bem como diferenças de rendimento entre diferentes corridas. Todos esses dados podem ser obtidos e relacionados, podendo ainda ser possível utilizar cintos ergométricos, medições de VO2 e lactato sanguíneo em diferentes distâncias. As distâncias utilizadas para este tipo  de testes são normalmente muito curtas, variando entre os 10 e 60m.

- Testes isocinéticos máximos
Os testes isocinéticos permitem avaliar o rendimento anaeróbio para determinados grupos musculares podendo ser adaptados às necessidades de cada modalidade. Podem-se, por exemplo, desenvolver protocolos específicos para avaliar o rendimento anaeróbio dos músculos flexores e extensores da perna pra corredores. Deste modo, torna-se possível determinar diferenças entre corredores acerca da sua potência muscular específica de acordo com as necessidades musculares que cada competição envolve. De qualquer modo, este tipo de teste é sempre realizado em situação laboratorial muito determinada.

- Teste de duas velocidades
O teste de duas velocidades é efetuado numa pista de 400m sintética, com a realização de duas repetições numa determinada distância, sendo a primeira percorrida a uma intensidade submaximal (80-85%), de modo a se obterem concentrações de lactato entre 4 a 6 mmol/L e a segunda a uma intensidade máxima (>95%) com concentrações finais de lactato superiores a 10 mmol/L. A duração dos patamares deverá ser de 30” a 6’, de acordo com o protocolo definido; no entanto, para avaliação da potência (até 60”) ou capacidade anaeróbia, o tempo de duração não deverá ultrapassar os 2’ de esforço. Após cada repetição, são obtidas recolhas sanguíneas no 1°, 3°, 5°, 7°, 10° e 12° minutos após o esforço, de modo a se poder encontrar o valor máximo de lactato. O tempo de recuperação entre as duas repetições deve ser de cerca de 25’, de modo a permitir uma recuperação completa do esforço. As distâncias normalmente utilizadas oscilam entre os 300m (para corredores de 800 a 1500) e 1750m (para maratonistas). No entanto, a escolha de distâncias mais curtas induzirá sobrevalorizações dos resultados obtidos, pelo que se torna necessário que a definição das distâncias para o teste estejam de acordo com a distância de competição e com o tipo de avaliação que se pretende realizar. A adoção de distâncias mais elevadas induz naturalmente num contributo aeróbio mais elevado, podendo, por isso, utilizar-se este teste também para avaliação da capacidade aeróbia.  
  

Artigo sobre Educação Física

Evaluation methods of providing anaerobic

The benefit in various competitions in Athletics is achieved only through a large contribution of glycolytic metabolism in order to be able to use an energy source of great power. Thus, the yield capacity of athletes is not only dependent on energy reserves and metabolic compensation mechanisms, but also the ability of athletes to produce and tolerate high concentrations of lactate (24). To this end the use of tests for assessment of anaerobic performance has been a concern of many researchers in demand parameters evaluators of such effort.
However, the maximal anaerobic power, the enzyme activity and the percentage of fast fibers are different between athletes of different disciplines, and the maximum values ​​of lactate obtained in a maximum effort, reflecting a direct relationship between the utilization of glycogen and the amount of existing fast fibers muscle.
The vertical jump, strength, muscular endurance and blood lactate are indicators commonly used to assess provision anaerobic presenting a very high correlation with the percentage of fast fibers. This fact is evident when, for example, compare the amount of fast fibers from middle distance runners (47.8%) athletes and background (34.6%).
Thus, several different techniques have been used to quantify the levels of anaerobic provision, including measurements of metabolites of muscle activity, oxygen debt and maximal accumulated oxygen deficit. In anaerobic evaluation can thus be used invasive and noninvasive. The invasive measurements allow us to obtain information about the anaerobic work, including through measurements of the levels of ATP, PCr and lactate, while other indirect methods usually give us estimated values
​​with lower reliability.
However, when we try to apply group and various tests to evaluate the ability of anaerobic performance, come to us many terminological problems, for once, they even generate disagreements among different authors on the acceptance of various methods of assessment. Some authors differentiate between methods of assessment tests through many short and short, the former having a maximum length of 10 "and the second one lasting 20 to 60". The anaerobic provision can also be defined in terms of anaerobic power, to work up to 10 ", anaerobic capacity (intermediate between 10 and 30) and anaerobic capacity of long duration (30-90).
Other authors define the testing of performance evaluation tests on anaerobic anaerobic short, medium and long-lasting effort respectively 10-10, 20-50, and long lasting between 60 and 120. " In this context and taking account of this controversy, we chose to characterize the anaerobic tests as follows:
1. Tests to assess anaerobic power alact - Efforts to last up to 10 "maximum effort.
2. Tests to assess lactic anaerobic power - Effort duration between 20 to 50 "maximum effort.
3. Tests to assess lactic anaerobic capacity - Efforts to last between 60 and 120 "maximum effort.


- Test run
To evaluate the ability to race in various ways, several protocols were developed specific to certain modalities. Can be performed several different tests assessing yield decreases at different stages of a race and income differences between different races. All these data can be downloaded and linked, may still be possible to use belts ergometric measurements of VO2 and blood lactate in different distances. Distances used for such tests are usually very short, ranging between 10 and 60m.

- Testing isokinetic maximum
The isokinetic tests to assess anaerobic performance for certain muscle groups can be tailored to the needs of each modality. They may, for example, to develop specific protocols to assess anaerobic performance of the flexor and extensor leg to runners. Thus, it becomes possible to determine differences between runners about their muscle power in accordance with specific needs that each muscle involves competition. Anyway, this type of test is always conducted in laboratory situation very determined.

- Two Speed ​​Test
The test is performed in a two-speed lane 400m synthetic, with the completion of two repetitions in a given distance, the first being traveled at a submaximal intensity (80-85%) in order to obtain lactate concentrations between 4 and 6 mmol / L and the second at a maximum intensity (> 95%) with final concentrations of lactate above 10 mmol / L. The duration of the levels should be 30 "to 6 ', according to the protocol defined, however, to evaluate the power (up to 60") or anaerobic capacity, the duration should not exceed 2' effort. After each repetition, are obtained by blood collection in the 1st, 3rd, 5th, 7th, 10th and 12th minutes after exercise in order to be able to find the maximum value of lactate. The recovery time between the two repetitions should be about 25 ', to enable a full recovery from stress. Distances are normally used are between 300m (for runners from 800 to 1500) and 1750m (for marathoners). However, the choice of shorter distances induce overvaluation of the results, it is therefore necessary that the definition of distances for the test are consistent with the distance competition and the type of assessment to be achieved. The adoption of distances naturally induces a higher aerobic contribution higher and can therefore be used also for this test evaluation of aerobic capacity.

Retirado do site: http://www.educacaofisica.com.br/biblioteca/ no link Treinamentos (Por Paulo Colaço)